Pela primeira vez, uma copa do mundo, organizada pela FIFA, está sendo realizada entre os meses de novembro e dezembro. Algo novo para todos nós que torcemos pela nossa Seleção, sem dúvida. Mas também coincide com o início da campanha Dezembro Vermelho, que, assim como o time do técnico Tite, mobiliza o Brasil inteiro em uma grande ação nacional. O nosso desafio é reforçar a prevenção ao HIV/Aids e todos os outros tipos de IST (infecções sexualmente transmissíveis).
Na última quinta-feira, dia 1o de Dezembro, quando se lembra o Dia Mundial de Luta contra a Aids, Piracicaba se vestiu de vermelho para enaltecer a campanha que o Caphiv (Centro de Apoio a HIV/Aids e Hepatites Virais) tem o orgulho de ser não apenas realizador das principais ações, como pioneiro desta iniciativa que, ao longo de tantos anos, se tornou referência de informação sobre o assunto.
Na Câmara de Piracicaba, a abertura da campanha Dezembro Vermelho aconteceu com a faixa estendida na frente do prédio principal, com entrada pela rua Alferes José Caetano, 834, Centro. Além da participação da representante do Caphiv, Rosangela Souza, também participaram da solenidade o vereador Pedro Kawai (PSDB), autor da lei que instituiu a ação no Calendário Oficial do Município, o coordenador do Cedic (Centro Especializado de Doenças Infectocontagiosas), Moisés Taglieta, e a coordenadora de vigilância em saúde do município, Karina Corrêa Contiero.
Como tradição, uma vela foi acendida em memória às vítimas da Aids seguido por um minuto de silêncio, como um ato de respeito às pessoas que nos deixaram. Vale lembrar que a Aids é uma pandemia que dura 30 anos em todo o mundo e que não tem cura, por isso a necessidade de uma mudança de hábitos, em que o uso do preservativo seja parte do ato sexual.
A nossa representante, Rosangela Souza, lembrou do papel importante do Caphiv nesta luta de prevenção, orientação e acompanhamento no tratamento de diversos pacientes. “Estamos há 10 anos nessa campanha, temos que parar para pensar na prevenção, no cuidado e na informação”, afirmou.
Outra atividade muito importante é a Caminhada da Solidariedade. A atividade com cerca de 200 participantes, que iniciou a concentração em frente ao Mercado Municipal e percorreu as principais ruas do centro, alertando para a data e reforçando a importância da prevenção, parou em frente a Câmara para solenidade de abertura do Dezembro Vermelho e, ainda, seguiu até a Praça José Bonifácio, onde aconteceu blitz orientativa e de realização de testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites B e C.
BRASIL – Em âmbito nacional, a campanha é instituída pela Lei 13.504/2017 e prevê um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/Aids e às demais IST, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais. A campanha deve promover: iluminação de prédios públicos com luzes de cor vermelha; promoção de palestras e atividades educativas; veiculação de campanhas de mídia; e realização de eventos.
Uma das ações que é de grande repercussão é a iluminação do Congresso Nacional, em Brasília, em homenagem ao Dia Mundial de Combate à Aids e também que marca o início da campanha Dezembro Vermelho. O Congresso já aprovou projetos para atender a essas pessoas, como o fim da perícia semestral para receber aposentadoria (PLS 188/2017 – Lei 13847/2019) e o sigilo de informações que possam identificar quem tem o vírus (PLS 380/2013 – Lei 14289/2022).
Outra proposta em análise no Congresso, que já foi aprovada pelo Senado e está na Câmara, permite o abatimento no imposto de renda de valores gastos com remédios de uso contínuo para combater o HIV e outras doenças, como câncer, Alzheimer e diabetes. O Senado analisa ainda um projeto que garante aposentadoria especial para quem tem aids, com tempo de contribuição de 25 anos para homens e de 20 anos para mulheres.
A sociedade brasileira se mobiliza para dar melhor qualidade de vida a quem vive com a Aids e, nas últimas décadas, conseguiu avançar bastante, mas, é claro, há sempre muito o que fazer. O Caphiv é parte de toda essa engrenagem que, assim como o nosso futebol, que exporta tantos craques para outros países, tem demonstrado ao mundo que o Brasil é referência no tratamento de saúde.
Paulo Soares, presidente do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV/Aids e Heptatites Virais).
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