Saúde do homem: diretrizes para combater uma cultura

Sobre Paulo Soares

Paulo Soares é um dedicado líder comunitário com uma longa trajetória na defesa dos direitos das pessoas vivendo com HIV e AIDS. Ativo na CAPHIV, Paulo é reconhecido por seu trabalho incansável em prol da saúde, inclusão social e apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade. Sua trajetória é marcada pelo compromisso com a solidariedade e a transformação social.

Publicado em:
13 de setembro de 2024

E Novembro vai chegando ao fim. No período em que marca a campanha de prevenção do câncer de próstata, falamos muito sobre as doenças que atingem especialmente os homens. Na última coluna deste mês, vale reforçar que o Ministério da Saúde conta com uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, que, entre tantos objetivos, busca combater a cultura masculina de não se antever a eventuais problemas de saúde. Vale uma olhada atenta às suas diretrizes.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH) tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos, respeitando os diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão de Estados e Municípios.
Para atingir o seu objetivo geral, que é ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta – 20 a 59 anos – do Brasil aos serviços de saúde, a Política Nacional de Saúde do Homem é desenvolvida a partir de cinco eixos temáticos:
1) Acesso e Acolhimento: objetiva reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez, os serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessitam de cuidados.
2) Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: busca sensibilizar gestores(as), profissionais de saúde e a população em geral para reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, os envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando estratégias para aproximá-los desta temática.
3) Paternidade e Cuidado: objetiva sensibilizar gestores(as), profissionais de saúde e a população em geral sobre os benefícios do envolvimento ativo dos homens com em todas as fases da gestação e nas ações de cuidado com seus(uas) filhos(as), destacando como esta participação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos saudáveis entre crianças, homens e suas(eus) parceiras(os).
4) Doenças prevalentes na população masculina: busca fortalecer a assistência básica no cuidado à saúde dos homens, facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde.
5) Prevenção de Violências e Acidentes: visa propor e/ou desenvolver ações que chamem atenção para a grave e contundente relação entre a população masculina e as violências (em especial a violência urbana) e acidentes, sensibilizando a população em geral e os profissionais de saúde sobre o tema.

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Novembro é o mês de conscientização sobre os cuidados integrais com a saúde do homem. Saúde mental, infecções sexualmente transmissíveis, doenças crônicas (diabetes, hipertensão) entre outros pontos devem ser sempre observados pela população masculina. Todos os anos, nesse período, 21 países, incluindo o Brasil, preparam campanhas sobre prevenção e diagnóstico do câncer de próstata, além de levar informações sobre a prevenção e promoção aos cuidados integrais com o cuidado da saúde masculina.
Entre as informações estão, por exemplo, dicas para manter alimentação saudável, evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas, além de praticar atividades físicas. São atos simples que promovem o bem-estar e ajudam a manter mente e corpo em perfeito funcionamento, prevenindo doenças. No Brasil, é tradição que prédios e monumentos históricos recebam iluminação azul nesta época do ano. O objetivo é chamar atenção para o movimento global, trazendo informações e conscientização sobre o que deve ser feito em prol da saúde do homem.
O estereótipo do homem herói que, além de não chorar, também não dá atenção à própria saúde, é extremamente prejudicial. No Brasil, os homens vivem em média 7,2 anos a menos do que as mulheres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma das principais razões é a visita menos frequente ao médico e a menor atenção aos cuidados com a saúde.

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DICAS
Para contribuir com o que cada homem pode fazer para melhorar sua saúde, deixo algumas dicas importantes:
a) Pratique exercícios físicos regularmente – os benefícios são incontáveis: mais disposição para as atividades diárias, menos estresse, melhores noites de sono, melhor humor, peso mais adequado, mais força física para lidar com as atividades, prevenção contra inúmeras doenças. A lista não tem fim.
b) Alimentação saudável – estudos já comprovam que até as chances de ter câncer em algum momento da vida diminuem quando a alimentação é mais saudável e com menos componentes prejudiciais à saúde.
c) Exames de rotina anualmente – muitas doenças podem ser prevenidas ou diagnosticas em seu estágio inicial a partir de exames. De acordo com o Ministério da Saúde, são fundamentais para o homem os seguintes exames: pressão arterial; hemograma completo; testes de urina; teste de fezes; teste de glicemia; verificação do perímetro abdominal; teste de IMCPrevenção e saúde do homem; e atenção ao consumo de álcool e cigarro. Aliás, o alto consumo de álcool aumenta o risco de desenvolver depressão, ansiedade, cirrose hepática, câncer e outras doenças. Já o cigarro é uma das principais causas do câncer de pulmão e contem 4.720 substâncias tóxicas ao organismo.

Paulo Soares, presidente do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV/Aids e Heptatites Virais).

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